
No Brasil, segundo o PNDU – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, os índices de saneamento ocultam grandes desigualdades regionais. Embora 71,5% de toda população urbana tenha acesso simultâneo aos serviços de abastecimento de água e coleta de esgotos, essa taxa não chega 37% no Norte e supera 87% no Sudeste. O relatório do PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, mostra que, apesar da população urbana que tem acesso a esgoto tratado ter aumentado entre 1992 e 2003, de 62,3% para 75,7%, ainda há 36 milhões de pessoas sem acesso ao serviço de tratamento de esgotos. Estados do Norte, Centro-Oeste e Nordeste, Amapá e Mato Grosso do Sul, 80% dos habitantes não têm coleta adequada de esgotos. “Os dados não deixam dúvida quanto à gravidade da situação do esgotamento sanitário no país, ainda mais porque apenas um terço do esgoto coletado recebe algum tipo de tratamento”, ressalta o relatório.
Estudo do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revela que, 46% dos gestores municipais “apontaram o esgoto a céu aberto” como a principal alteração ambiental que afeta as condições de vida da população.
A falta de tratamento dos esgotos foi destacada por 38% das prefeituras como causa da poluição de rios, lagos e nascentes e por 33% delas como origem de problemas como contaminação do solo.
Esgoto a céu aberto é a poluição das águas de nascentes, rios, lagos, reservatórios e lençóis freáticos. O problema já chegou a 38% dos municípios brasileiros que detectaram alteração ambiental.
Além de tornar a água imprópria para o consumo, o lançamento de resíduos líquidos domésticos e industriais no meio ambiente provoca um dano geográfico. O assoreamento de rios e córregos já pode ser constatado em 53% das cidades. O fenômeno, aliado à degradação da mata ciliar — vegetação que nasce às margens dos corpos d’água —, foi o causador de impactos negativos na atividade pesqueira de 43,4% dos 1.026 municípios que se disseram prejudicados pela prática da pesca predatória.
Mais: Esgoto é desafio a todos níveis de governo; Esgoto é o principal 'parasita' ambiental. Disponível em: http://www.pnud.org.br/saneamento/reportagens/index.php?id01=1182&lay=san
Acessado em: 24/07/2009
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